Com predominância de Cabernet Sauvignon (50%), trazendo parcelas menores de Syrah (30%), Merlot (15%) e Petit Verdot (5%), Château Marsyas Grand Rouge 2009 conquistou 92 pontos do próprio Suckling. A maturação foi realizada por barricas novas de carvalho francês durante 12 meses, após os quais repousou por igual período nas caves da vinícola. Sua cor é um rubi muito profundo, praticamente intransponível. Aromas de cassis e ameixa preta em compota aparecem junto a notas minerais e defumadas, mostrando ainda toques exóticos de tomilho e trufa branca. Gastronômico, vigoroso e potente, entrega taninos carnudos e uma bela acidez, preenchendo o palato com um tostado evidente. O final é longo e complexo, o que nos deixa com vontade de continuar a degustação.
Produzido no Vale de Bekaa, localizado 30km a leste da capital Beirute, possui condições climáticas que, aliadas ao solo calcário argiloso, produzem uvas de imensa qualidade. Protegido por cadeias de montanhas, o vale é provido de invernos rigorosos e verões quentes e secos. Com média de altitude em 1.000 metros sobre o nível do mar dos vinhedos, condição que garante boa amplitude térmica.
Acredita-se que o Líbano seja o mais antigo produtor de vinhos do mundo. Até mesmo citações bíblicas descrevem vinhedos lá plantados, também há registros de que o povo fenício produzia vinhos nesta área cerca de 3.000 anos a.C. Foi no coração de Bekaa Valley – região que hoje é o centro vinícola do Líbano – que o império romano construiu o Templo de Baco (ainda existente, podendo ser visitado no centro arqueológico).
“O vinho está enraizado na terra”. Talvez fora de contexto essa frase tenha pouco sentido, mas ela diz muito sobre a filosofia do Château Marsyas. A vinícola é conhecida por elaborar vinhos de terroir, o que gerou elogios de críticos como James Suckling, que a enalteceu justamente pela personalidade das suas criações. Não são vinhos feitos para imitar um padrão que agrade o mercado. São vinhos profundos e únicos, dotados de um caráter definitivamente sui generis.