Todo vinho biodinâmico é orgânico, mas nem todo orgânico é biodinâmico. Isso porque a biodinâmica parte do cultivo orgânico dos vinhedos, mas vai além disso. De acordo com o especialista, a viticultura biodinâmica trabalha a cultura orgânica somada ao cosmo e a astrologia.
Pode parecer inusitado, mas “nesse tipo de cultivo a proposta é o retorno às técnicas ancestrais de agricultura. O cultivo da videira leva em conta as fases da lua, as estações do ano e os ritmos da natureza para determinar os momentos mais adequados para o plantio, poda e colheita”.
Ainda segundo os especialista, os produtores de vinhos biodinâmicos utilizam uma espécie de homeopatia nos vinhedos, o que equilibra as plantações e gera uvas de melhor qualidade.
Embora tenham técnicas diferentes de plantio, existem algumas semelhanças entre essas duas modalidades de vinho. É possível, por exemplo, produzir vinhos orgânicos e biodinâmicos com todos os tipos de uvas. O que não é sempre possível é produzi-los em qualquer ambiente. Locais com alto nível de pluviosidade podem dificultar esses tipos de cultivos por ocasionarem um número maior de aparições fúngicas.
Já o tempo de guarda desses vinhos é muito parecido com o do vinho comum. Em alguns casos, por contar com uvas mais sadias, os vinhos orgânicos e biodinâmicos podem ser guardados por um período diversas vezes maior, inclusive.
Para reconhecer se um vinho é orgânico ou biodinâmico se aconselha ficar de olho em algumas certificações. No Brasil, a certificação mais famosa é a Orgânico Brasil, que diversas vinícolas já possuem. Já internacionalmente, as mais famosas são IMO, para os vinhos orgânicos, e Demeter, para os biodinâmicos.
“Existem, no entanto, produtores pequenos que fazem seus vinhos seguindo esses métodos de cultivo e são capazes de produzir vinhos espetaculares mesmo sem ter nenhuma certificação. Mas acredito que o mais importante é tentar buscar referências de cada produtor.”